quarta-feira, 20 de junho de 2012

Frustração


Frustração, um passo para a Criatividade

Ela dói e marca. Por isso, muitas vezes, tendemos a evitar que nossos filhos passem por ela, mas isso é um erro. A frustração é a maneira mais fácil da criança conhecer a realidade e reunir forças para mudá-la, se quiser.
-Chora que a mamãe compra!
-Bate o pé, a mamãe volta atrás com o não e diz sim!
-Quero, porque quero usar uma determinada roupa ou sapato, o cabelo de determinada forma, mesmo que não esteja adequado ao clima, local, horário... e lá vai a mãe ceder em função do desejo do filho.
São essas e outras situações corriqueiras do dia a dia e as atitudes dos pais que vão ajudar a formar a personalidade da criança.
Você já descobriu que, por maior que seja a sua vontade, é impossível dar tudo a seu filho? Talvez seja incômoda a reação da criança quando lhe negam alguma coisa: ela faz bico, chora, berra, esperneia. Isto ocorre porque, ao negar-lhe algo, você o deixa frustrado. Se ele não começar a trabalhar com esse sentimento desde cedo, como vai se virar naquelas situações em que a vida lhe diz não?
A frustração é uma vivência como outra qualquer, da qual a criança tira elementos para seu amadurecimento.
Vivendo-se o fracasso, aprende-se a vencê-lo.
A criança superprotegida tem menos força para enfrentar a vida, pois impedida de viver as frustrações é enfraquecida. Diante das derrotas, tende pôr a culpa nos outros e raramente tenta outra vez. Não toleram ver outras crianças sendo centro das atenções. Demoram a perceber que não existem apenas elas no mundo, e estão na maioria das vezes procurando papéis de herói ou anti-herói para se destacar.
A frustração deve ser vivida, admitida e extravasada, para que surja, depois de dentro da própria pessoa a capacidade de lutar pelo que quer, com mais força, aperfeiçoando-se como ser humano, sendo melhor para chegar onde quiser.
Numa sociedade altamente competitiva como a nossa, em que muita gente quer estar num lugar mais alto, é preciso estar preparado para perder e não desanimar.
É muito bom querer ser sempre primeiro, mas quando não se chegou lá, é fundamental encarar isso de frente, e não fingir que não tem importância apenas para não vivenciar a dor da derrota. Dessa dor nasce a criatividade.
Desmistificar a frustração é de fundamental importância para nossas vidas.
Na parte pedagógica, a criança pode apresentar alguma dificuldade, pois o limite apresentado por uma folha de papel pode ser um fator que vai impedi-la de se satisfazer com um desenho ou sua escrita. Ela terá pouca capacidade de persistir no processo de aprendizagem, não saberá valorizar muito bem as suas conquistas porque sempre teve tudo muito fácil.
Com sorte, essa criança pode até atravessar os primeiros ciclos de sua vida socorrendo-se com seus pais a cada perda e encontrá-los sempre prontos a lhe dar tudo, não permitindo que ela encare de frente  a temida frustração. E depois na adolescência, na vida adulta, quem irá socorrê-la?
Para saber se estão agindo bem, pai e mãe devem se perguntar como estão lidando com suas próprias frustrações. O que mais se vê é a transferência de expectativa, como os pais que sofreram com problemas financeiros, pessoais, ou tiveram limites muito rígidos e agem na direção oposta com seus filhos, para que não tenham o mesmo sofrimento.
Todos concordam que a proteção, o atendimento, o carinho são necessários e que só uma criança que se sente amada e segura pode elaborar uma perda, uma frustração em favor de seu crescimento interior.
O segredo está “no ponto”, na atenção. Educar é quase como fazer um doce em que os ingredientes são simples, mas tem a medida certa. A mão da cozinheira é fundamental.
Marisa Mazzi Almeida - Psicóloga

quarta-feira, 6 de junho de 2012


É bom começar cedo  

Pesquisa mostra que frequentar o jardim de infância tem efeito positivo ao longo da vida escolar.


Saiu uma pesquisa que ajuda a esclarecer uma questão angustiante da maternidade: mandar os filhos ainda pequenos para a escola pode ser uma má decisão? O estudo chega a duas conclusões sobre o assunto. A primeira serve de alerta aos pais que optam por deixar os filhos longe das classes de jardim-de-infância - e é um alívio para as mães que trabalham fora: ingressar cedo na escola não só não é prejudicial às crianças como costuma ter conseqüências positivas no aprendizado a longo prazo. Não é a primeira vez que um trabalho acadêmico descortina os efeitos benéficos da escola nos primeiros anos de vida.
O mérito do atual estudo foi ter demonstrado isso por meio do mais detalhado banco de dados já produzido sobre o assunto. Patrocinados pelo governo americano, os pesquisadores monitoraram 1 300 crianças, da maternidade aos 12 anos, a cada quatro meses. A metade delas ficou em casa até os 5 anos, entregue aos cuidados da mãe ou de uma babá, enquanto a outra parte freqüentou a escola. Até a chegada da pré-adolescência, os dois grupos foram submetidos a provas para medir o desempenho escolar. Resultado: os estudantes enviados ao jardim-de-infância antes do ensino fundamental se saíram melhor em todas as disciplinas testadas. Resume o psicólogo James Griffin, um dos autores do trabalho: "Está claro que ir à escola no princípio da vida faz parte de um conjunto de fatores que definem o sucesso nos estudos".
O segundo dado valioso da pesquisa joga luz sobre outra dúvida comum aos pais: a melhor idade, afinal, para matricular os filhos. Muitas famílias protelam essa decisão até as vésperas do ensino fundamental, por volta dos 6, 7 anos. O trabalho revelou, no entanto, que é a partir dos 3 anos que a escola passa a ser mais proveitosa. Antes disso, o que mais pesa em favor do desenvolvimento intelectual das crianças são o afeto e a atenção individual - não importando se vêm de casa ou da creche. Depois dessa fase, estar num ambiente com outros adultos e crianças funciona como alavanca ao aprendizado - e isso repercute ao longo do restante da vida escolar. Eis um exemplo extraído da pesquisa americana: aos 12 anos, os estudantes que haviam freqüentado a pré-escola apresentavam vocabulário mais rico do que o restante da turma. Uma das explicações, defendida por esses e outros especialistas, é que, ao se limitar ao contato com a mãe ou babá, a criança toma familiaridade com um único jeito de se expressar e tende a se concentrar no vocabulário mais empregado em casa. "A escola, por sua vez, a expõe à diversidade", afirma Griffin.
O que resta aos pesquisadores compreender melhor são as conseqüências do ingresso na escola para o desenvolvimento emocional. Nesse campo, está claro que uma passagem pelo jardim-de-infância favorece a autonomia e antecipa o aprendizado sobre a convivência em grupo. Outro fato comum às crianças matriculadas na escola antes dos 5 anos chamou atenção no estudo americano: aos 12, elas são mais agressivas em sala de aula do que os colegas, de acordo com a avaliação feita pelos professores com base num conjunto objetivo de questões. A observação sistemática dessas crianças em seus primeiros anos de vida sugere que, na escola, elas se lançam mais cedo à luta por atenção do que aquelas que ficaram entregues aos cuidados maternos (mesmo quando há irmãos em casa). É uma hipótese a ser investigada.
O que os especialistas já sabem - e o novo estudo confirma por meio de uma fartura de dados qualitativos - é que o cenário mais favorável ao desenvolvimento pleno das crianças, dos 3 anos em diante, combina dois fatores de pesos semelhantes: um ambiente familiar rico em estímulos e uma boa escola. Conclui o psicólogo Jay Belsky, um dos autores do trabalho: "Os melhores resultados escolares se dão quando a família é parte ativa na educação".
Criadas em casa
O número de crianças fora da pré-escola é ainda alto em vários países -inclusive no Brasil. Na maioria das vezes, essa é uma escolha dos pais.

SOLIDARIEDADE


É preciso ensinar em casa e também na escola o quanto é importante ajudar o próximo.Para que o seu filho se torne um cidadão do bem, daqueles que auxiliam alguém a atravessar a rua, ele precisa ser motivado desde a infância.

"A gratidão de quem recebe um benefício é sempre menor que o prazer daquele que o faz", já dizia sabiamente o escritor Machado de Assis no conto Almas Agradecidas, na Série Bom Livro (Ed. Ática). Estudos mostram que após a pessoa promover uma atitude solidária, o cérebro libera a substância endorfina, provocando sensação de felicidade.
De norte a sul do país são inúmeros os projetos criados por professores visando ao bem-estar do próximo. "Pesquisas recentes revelam a importância de valores como a solidariedade serem trabalhados nas escolas e o quanto é essencial para as crianças praticá-los desde pequeninas", diz Luciene Tognetta, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Segundo a educadora, o conceito de solidariedade nas escolas é construído por meio do convívio social, dia após dia, pois é no cotidiano que as crianças desenvolvem as virtudes. "Por exemplo, quando há conflito entre dois alunos, o professor deve promover o diálogo entre eles: ao se expressarem e dizerem o que os incomoda eles aprendem a olhar o outro com generosidade", explica Luciene.
Mas a família também tem papel fundamental na construção desse caráter. "É preciso que a criança sinta a união de pais e irmãos e os vejam praticando a solidariedade entre eles mesmos", comenta o psicoterapeuta e educador Leo Fraiman (SP). Fisiologicamente, fazer o bem é muito saudável: estudo realizado pela Universidade de Harvard (EUA), com cerca de 2700 pessoas, apontou que ser solidário e praticar algum trabalho voluntário é benéfico ao coração e ao sistema imunológico, além de aumentar a expectativa de vida.
Muito trabalho a fazer
Apesar de muitos brasileiros serem solidários e não medirem esforços para ajudar o próximo, ainda estamos caminhando muito devagar nesse sentido. Uma pesquisa recente realizada pela Charities Aid Foundation (instituição de caridade do Reino Unido) e o Instituto Gallup, em 153 países do mundo, avaliou que o Brasil ocupa a 76ª posição no ranking mundial de caridade. Somos menos solidários que a média da população mundial! Os países mais altruístas são Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Irlanda e Suíça. Está aí um bom motivo para desenvolvermos a solidariedade desde a infância.


Deficiência intelectual 

 Repetir atividades no cotidiano ajuda as crianças a compreender as noções de tempo e de espaço.

O ritmo de aprendizagem das crianças com deficiência intelectual costuma ser mais lento que o dos colegas. Isso não impede que as atividades propostas sejam igualmente desafiadoras. Quanto mais chances a criança tiver de explorar o ambiente, os objetos e conhecer os hábitos e tradições do grupo em que vive, mais chances ela terá de compensar suas desvantagens e de desenvolver suas habilidades.

Compreender as noções de tempo e de espaço pode ser algo complicado para esta criança. Desenvolva muitas experiências para que ela vivencie situações variadas. Tudo o que pode ser visto e que faz parte do cotidiano se torna mais palpável para a criança com deficiência intelectual. Se necessário, repita atividades no dia a dia e confira pequenas responsabilidades à criança para que ela seja, de fato, parte do grupo e tenha suas aprendizagens garantidas.

A fala também pode demorar mais que o habitual para se desenvolver. Utilize placas com imagens dos objetos e palavras que indiquem ações rotineiras como comer, beber, fazer xixi etc. Assim a criança terá mais autonomia para indicar suas necessidades.

Outra recomendação é montar um caderno de registros com os avanços e as dificuldades da criança, que deve ser compartilhado em conversas periódicas com os pais ou responsáveis. Isso vai ajudá-lo a entender o ritmo do pequeno e a propor atividades adequadas para ele.

É importante lembrar que, dependendo do grau de deficiência intelectual da criança, alguns problemas de mobilidade e de agressividade podem aparecer. Em alguns casos, um auxiliar, que serve como cuidador, acompanha a criança durante a rotina, ajuda nas idas ao banheiro ou a traz de volta para a sala quando foge. Nessas situações, tenha a devida compreensão com as condições da criança, mas não deixe de mostrar a ela que precisa ter um comportamento de estudante, assim como os colegas. Aos poucos, e se bem estimulada, a criança vai compreender que precisa aprender junto da turma.

Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio

Jean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança. 


Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética - isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. 



"A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança", diz Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.



As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos.



Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz - um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática. Vem de Piaget a ideia de que o aprendizado é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente construtivista. 



Educar, para Piaget, é "provocar a atividade" - isto é, estimular a procura do conhecimento. "O professor não deve pensar no que a criança é, mas no que ela pode se tornar".

Por que brincar é importante para as crianças pequenas ?

Brincar é importante para os pequenos e disso você tem certeza. Mas por quê? Sem essa resposta, fica difícil desenvolver um bom trabalho com as turmas de creche e de pré-escola, não é mesmo? Se essa inquietação faz parte do seu dia a dia, sinta-se convidado a estudar o tema. Ele rende pano para manga desde muito, muito tempo atrás. "Os primeiros questionamentos sobre o brincar não estavam relacionados a jogos, brinquedos e brincadeiras, mas focavam a cultura", diz Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. 

No fim do século 19, o psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962), o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) e o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) buscavam compreender como os pequenos se relacionavam com o mundo e como produziam cultura. Até então, a concepção dominante era de que eles não faziam isso. "Investigando essa faceta do universo infantil, eles concluíram que boa parte da comunicação das crianças com o ambiente se dá por meio da brincadeira e que é dessa maneira que elas se expressam culturalmente", explica Clélia. 

Wallon foi o primeiro a quebrar os paradigmas da época ao dizer que a aprendizagem não depende apenas do ensino de conteúdos: para que ela ocorra, são necessários afeto e movimento também. Ele afirmava que é preciso ficar atento aos interesses dos pequenos e deixá-los se deslocar livremente para que façam descobertas. Levando em conta que as escolas davam muita importância à inteligência e ao desempenho, propôs que considerassem o ser humano de modo integral. Isso significa introduzir na rotina atividades diversificadas, como jogos. Preocupado com o caráter utilitarista do ensino, Wallon pontuou que a diversão deve ter fins em si mesma, possibilitando às crianças o despertar de capacidades, como a articulação com os colegas, sem preocupações didáticas. 

Já Piaget, focado no que os pequenos pensam sobre tempo, espaço e movimento, estudou como diferem as características do brincar de acordo com as faixas etárias. Ele descobriu que, enquanto os menores fazem descobertas com experimentações e atividades repetitivas, os maiores lidam com o desafio de compreender o outro e traçar regras comuns para as brincadeiras. 

As pesquisas de Vygotsky apontaram que a produção de cultura depende de processos interpessoais. Ou seja, não cabe apenas ao desenvolvimento de um indivíduo, mas às relações dentro de um grupo. Por isso, destacou a importância do professor como mediador e responsável por ampliar o repertório cultural das crianças. Consciente de que elas se comunicam pelo brincar, Vygotsky considerou uma intervenção positiva a apresentação de novas brincadeiras e de instrumentos para enriquecê-las. Ele afirmava que um importante papel da escola é desenvolver a autonomia da turma. E, para ele, esse processo depende de intervenções que coloquem elementos desafiadores nas atividades, possibilitando aos pequenos desenvolver essa habilidade.

Movimento: por que ele é tão importante ?

Um dos primeiros movimentos que os bebês executam logo ao nascer é sugar. Com o passar do tempo, o repertório aumenta e é aperfeiçoado com base no contato com o entorno, as pessoas e os objetos. Essa oportunidade é importante para garantir a sobrevivência dos pequenos e a comunicação deles com o ambiente antes da aquisição da linguagem oral. Por meio de gestos, eles exploram e conhecem o mundo em que vivem. Esse estágio foi descrito como sensório-motor (ou projetivo) pelo médico, psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962). 

Na creche, trabalhar a temática do movimento requer planejamento. A ausência de berços, somada a atividades de dança que envolvem gestos repetitivos e coreografados e os tradicionais circuitos que desafiam a turma a descer, subir, rolar, entrar e sair, é interessante. Mas é preciso garantir ainda mais, pensar em propostas que desafiem as crianças constantemente a ir e vir, a explorar ações que ainda desconheçam, a experimentar sensações e a conhecer o próprio corpo, possibilidades e limites. Para isso, organizar a sala com elementos pertinentes e espaços livres é essencial.
 
Não existe uma fórmula para criar um ambiente corporalmente desafiador. No entanto, bons exemplos podem ajudar, mostrando como o espaço deve ser organizado para favorecer a pesquisa de movimentos e a estimulação dos sentidos da criançada.

Essa preocupação, de acordo com o livro Educação de Bebés em Infantários (Jacalyn Post e Mary Hohmann, Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 380 págs., edição esgotada), é importante para incentivar diversas interações. Objetos grandes e pequenos, colocados no alto e mais próximos ao chão, permitem que os bebês investiguem meios de alcançar todos eles. Além disso, garantir que na sala existam peças grandes, como as de mobiliário, evita que eles vejam o adulto como um gigante. 

Além de garantir um bom trabalho com movimento, essas intervenções rendem frutos para a construção e o desenvolvimento da autonomia e da identidade, outro eixo fundamental na Educação Infantil. Segundo Ana Lúcia Bresciane, psicóloga e formadora de professores, o desenvolvimento motor favorece as descobertas e a expressão de sensações e sentimentos, promovendo a comunicação segundo as marcas simbólicas, próprias da cultura infantil. Nara de Oliveira, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), completa: "Pensar de forma opositiva, corpo versus mente, só reforça estereótipos". Então, aproveite ao máximo as oportunidades de pôr a turma para se mexer.

Ninguém nasce virtuoso


A virtude, para Aristóteles, é uma prática e não um dado da natureza de cada um, tampouco o mero conhecimento do que é virtuoso, como para Platão (427-347 a.C.). Para ser praticada constantemente, a virtude precisa se tornar um hábito. Embora não se conheça nenhum estudo de Aristóteles sobre o assunto, é possível concluir que o hábito da virtude deve ser adquirido na escola. 


Grande parte da obra que originou o legado aristotélico se desenvolveu em oposição à filosofia de Platão, seu mestre e fundador da Academia ateniense, que Aristóteles frequentou durante duas décadas. Posteriormente, ele fundaria uma escola própria, o Liceu. Uma das duas grandes inovações do filósofo em relação ao antecessor foi negar a existência de um mundo supra-real, onde residiriam as idéias. Para Aristóteles, ao contrário, o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance de todos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos – ou entre a supremacia das idéias (idealismo) ou das coisas (realismo) – marcaria para sempre o pensamento ocidental.

A verdade científica

A segunda inovação de Aristóteles foi no campo da lógica. De acordo com o filósofo, determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistema teórico. Para a construção de tal conhecimento, Aristóteles não se satisfez com a dialética de Platão, segundo a qual o caminho para chegar à verdade era a depuração dos argumentos e pontos de vista por intermédio do diálogo. 


Aristóteles quis criar um método mais seguro e desenvolveu o sistema que ficou conhecido como silogismo. Ele consiste de três proposições – duas premissas e uma conclusão que, para ser válida, decorre das duas anteriores necessariamente, sem que haja outra opção. Exemplo clássico de silogismo é o seguinte. Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal. Isso não basta, porém, para que a lógica se torne ciência. Um silogismo precisa partir de verdades, como as contidas nas duas proposições iniciais. 
Elas não se sujeitam a um raciocínio que as demonstre. Demonstram-se a si mesmas na realidade e são chamadas de axiomas. A observação empírica – isto é, a experiência do real – ganha, assim, papel central na concepção de ciência de Aristóteles, em contraste com o pensamento de Platão.


Imitação, o princípio do aprendizado

Aristóteles não era, como Platão, um crítico da sociedade e da democracia de Atenas. Ao contrário, considerava a família, como se constituía na época, o núcleo inicial da organização das cidades e a primeira instância da educação das crianças. Atribuía, no entanto, aos governantes e aos legisladores o dever de regular e vigiar o funcionamento das famílias para garantir que as crianças crescessem com saúde e obrigações cívicas. Por isso, o Estado deveria também ser o único responsável pelo ensino. Na escola, o princípio do aprendizado seria a imitação. Segundo ele, os bons hábitos se formavam nas crianças pelo exemplo dos adultos. Quanto ao conteúdo dos estudos, Aristóteles via com desconfiança o saber "útil", uma vez que cabia aos escravos exercer a maioria dos ofícios, considerados indignos dos homens livres.

Para pensar

Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver bem – e isso queria dizer, entre outras coisas, viver uma vida prazerosa. No mundo atual, nem sempre se vê compatibilidade entre a virtude e o prazer. Ainda assim, você acredita que seja possível desenvolver em seus alunos uma consciência ética e, ao mesmo tempo, a capacidade de apreciar as coisas boas da vida?

No  dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.

A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar de assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.
A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, em que a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, de tal modo que a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade.
Nessa reunião, criaram-se vários documentos relacionados às questões ambientais, bem como um plano para traçar as ações da humanidade e dos governantes diante do problema.
A importância da data está relacionada às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.
A partir de 1974, o Brasil iniciou um trabalho de preservação ambiental, através da Secretaria Especial do Meio Ambiente, para levar à população informações acerca das responsabilidades de cada um diante da natureza.
Mas em face da vida moderna, os prejuízos ainda estão maiores. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies de animais.
A política de reaproveitamento do lixo ainda é muito fraca, em várias localidades ainda não há coleta seletiva; o que aumenta a poluição, pois vários tipos de lixos tóxicos, como pilhas e baterias são descartadas de qualquer forma, levando a absorção dos mesmos pelo solo e a contaminação dos lençóis subterrâneos de água.
É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.
E cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão, não jogando lixo nas ruas, usando menos produtos descartáveis e evitando sair de carro todos os dias. Se cada um fizer a sua parte, o mundo será transformado e as gerações futuras viverão sem riscos.