sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Falando um pouco mais sobre TDAH



“Meu filho não para quieto, não para nem para comer. Na sala de aula fica se remexendo na 
cadeira, levanta sempre e não para, pula, grita. Na hora de fazer o dever de casa é a mesma 
coisa, se mexe o tempo todo, o material caí, a lição fica por fazer. Ele está sempre a “mil por 
hora” e só “desliga a bateria” quando dorme. Já fui chamada na escola três vezes este mês. 
Ele não presta atenção em nada, vive no “mundo da lua”, brinca o tempo todo. Já botei de 
castigo, bati, gritei, tirei a televisão e o videogame do quarto... Nada funciona. E ainda por 
cima,tem gente que acha que á a mãe que não sabe dar educação ao filho!”

Histórias como esta se repetem diariamente em consultórios médicos e psicológicos e o 
grau de  sofrimento e desgaste de pais, educadores e da própria criança são incalculáveis.
O TDAH é um dos transtornos comportamentais com maior incidência na infância e na 
adolescência. Pesquisas realizadas em diversos países revelam que o TDAH está presente 
em torno de 5% da população em idade escolar. Trata-se de uma síndrome clínica 
caracterizada basicamente pela tríade sintomatológica: déficit de atenção, hiperatividade e 
impulsividade. 
Na maioria dos casos, as pessoas com TDAH são inquietas – não permanecem paradas 
nem sossegadas por muito tempo e detestam coisas monótonas e repetitivas, além de serem 
impulsivas no seu dia-a-dia. São pessoas que vivem trocando de interesses e planos e tem 
dificuldades em levar as coisas até o fim. A criança pode apresentar-se inquieta, não 
conseguindo permanecer sentada, abandonando sua cadeira em sala de aula ou durante o 
almoço de família. Está sempre “a mil por hora” ou como se estivesse “ligado em uma tomada 
de 220 volts”, fala em demasia e dificilmente brinca silenciosamente, estando sempre gritando. 
Os pacientes com este diagnóstico apresentam prejuízos no desempenho acadêmico e social, 
pois têm dificuldade em organizar-se, manter atenção em sala de aula, realizar deveres 
escolares ou permanecer sentados ou quietos.
As causas do TDAH ainda não estão bem estabelecidas. Acredita-se em uma origem
que envolve diversos fatores, sendo que o mais importante deles seria a herança genética.
O diagnóstico do T.D.A.H. é essencialmente clínico. Não existem exames laboratoriais
ou de imagem que faça o diagnóstico. A investigação do TDAH envolve detalhado estudo
clínico através de avaliação com os pais, com a criança e com a escola. Escalas de avaliação
padronizadas para pais e professores podem ser utilizadas. A avaliação com  os pais deve
abranger uma história detalhada de todo o desenvolvimento da criança ou adolescente
contendo desde a história gestacional da mãe até os dias atuais.
O TDAH caracteriza-se por uma combinação de dois grupos de sintomas que devem
ocorrem frequentemente.
1. Desatenção;
2. Hiperatividade e impulsividade.
Os sintomas de desatenção:

  •  Prestar pouca atenção a detalhes e cometer erros por falta de atenção, 
  •  Ter dificuldade de concentração (tanto nas tarefas escolares quanto em jogos e brincadeiras)
  •  Parecer estar prestando atenção em outras coisas numa conversa.
  •  Ter dificuldade em seguir as instruções até o fim ou deixar tarefas e deveres sem terminar.
  •  Ter dificuldade de organizar-se para fazer algo ou planejar com antecedência. 
  •  Demonstrar relutância ou antipatia em relação a tarefas que exijam esforço mental por muito     tempo (tais como estudo ou leitura)
  •  Perder objetos necessários para realizar as tarefas ou atividades do dia-a-dia.
  •  Distrair-se com muita facilidade com coisas à sua volta ou mesmo com os próprios pensamentos.
  •  É comum que pais e professores se queixem de que estas crianças parecem “sonhar acordadas”. 
  •  Esquecer coisas que deveria fazer no dia-a-dia. 

Sintomas de hiperatividade/impulsividade:

  •  Ficar mexendo as mãos e pés quando sentado ou mexer-se muito na cadeira.
  • Ter dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado (sala de aula,           mesa de jantar, etc).
  • Correr ou escalar coisas, em situações nas quais isto é inapropriado (em adolescentes e adultos pode restringir-se a uma sensação de inquietude por dentro).
  • Ter dificuldade para manter-se em atividade de lazer (jogos ou brincadeiras) em silêncio. 
  •  Parecer ser “elétrico” e a “mil por hora”. 
  •  Falar demais.
  •  Responder a perguntas antes de elas serem concluídas. É comum responder uma    pergunta sem lê-la até o final. 
  •  Não conseguir aguardar a sua vez (nos jogos, na sala de aula, em filas etc.).
  •  Interromper os outros ou intrometer-se nas conversas alheias. 
  • Existem três tipos de TDAH:
1- Forma predominantemente desatenta, quando existem mais sintomas de desatenção.
    Esta é a forma mais comum na população em geral.
      2- Forma predominante hiperativa/impulsiva, quando existem mais sintomas de
        hiperatividade e impulsividade.
          3- Forma combinada, quando existem muitos sintomas de desatenção e de hiperatividade
            e impulsividade. Está é a forma mais comum nos consultórios e ambulatórios,
              provavelmente porque causa mais problemas para o próprio portador e para os demais,
                o que leva os pais a procurarem ajuda para o filho.
                  Embora os sintomas possam estar presentes desde muito cedo, quanto as crianças entram
                    na escola, costumam tornar-se mais evidentes por volta dos 7 anos.
                      Atualmente, sabe-se que é muito comum a existência de problemas emocionais em
                        conjunto com TDAH. Aliás, o próprio TDAH é classificado como um transtorno psiquiátrico e
                          não como um transtorno neurológico. As crianças portadoras de TDAH apresentam mais
                            problemas psicológicos que as crianças apenas portadoras de dificuldades escolares (por
                              outras razões), mas que não tem TDAH. Baixa auto-estima, oscilações grandes do humor,
                                sensação de fracasso e instabilidade nas relações com os demais colegas são as queixas
                                  mais freqüentes.
                                    Crianças com TDAH não diagnosticadas e não tratadas apresentam uma série de prejuízos
                                      no decorrer dos anos. Inicialmente ocorre um baixo rendimento escolar, a criança não
                                        consegue acompanhar sua turma, sendo muitas vezes até reprovada. Perda da auto-estima,
                                          tristeza, falta de motivação nos estudos e prejuízos nos relacionamentos sociais podem
                                            desencadear episódios depressivos graves. Durante a adolescência, os prejuízos acadêmicos
                                              e sociais acarretados podem facilitar abandonos escolares e de faculdade ou propiciar o início
                                                do uso abusivo de drogas e álcool. Possivelmente esses jovens virão a tornar-se adultos
                                                  inseguros, pouco habilidosos socialmente, com menos anos de educação, trabalhando nos
                                                    piores empregos e com maiores dificuldades de serem absorvidos pelo mercado de trabalho.
                                                      O TDAH é um transtorno muito comum e também muito prejudicial ao desenvolvimento
                                                        emocional, acadêmico e social. Por isso, é importante que pais, professores, pedagogos,
                                                          psicólogos e médicos sejam capazes de identificar os sintomas. Quanto mais precoce o
                                                            diagnóstico e o tratamento, mais facilmente evitamos as consequências negativas.
                                                              O tratamento  pode ser feito de forma interdisciplinar (com vários profissionais diferentes
                                                                trabalhando em equipe), com orientação aos pais e professores. A orientação aos pais vai
                                                                  facilitar o convívio familiar, não só porque ajuda a entender o comportamento do portador de
                                                                    TDAH, mas também porque permite ensinar técnicas que auxiliam no manejo dos sintomas e
                                                                      na prevenção de problemas futuros.
                                                                        É importante para os pais perceberem que as crianças hiperativas entendem as regras,
                                                                          instruções e expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldade em obedecê-las.
                                                                            Esses comportamentos são acidentais e não propositais. Por isso, não devem culpar o seu
                                                                              filho por ele ser assim, isso só será pior para ele!
                                                                                É preciso estar preparado para descrever, de forma precisa e objetiva, o comportamento do
                                                                                  seu filho em casa e nas atividades. Se a criança está encontrando dificuldade na escola, é
                                                                                    necessário pedir ao professor que converse com o médio ou envie um relatório por escrito.
                                                                                      No tratamento da criança hiperativa, a meta é ajudá-la a fazer o melhor possível, em casa,
                                                                                        na escola, e com os amigos. Os pais devem lembrar-se de que o filho está lutando com todas
                                                                                          as forças para superar uma deficiência do sistema nervoso. Explique, se preciso for, mas não
                                                                                            se sinta envergonhado ou culpado quando seu filho não se comportar bem.













                                                                                            O PAPEL DO JOGO COM GRUPOS DE CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE TDAH



                                                                                            Utilizados terapeuticamente, os jogos de mesa podem exercer diferentes papéis. Diante da situação do brincar em grupo utilizando jogos é possível avaliar o repertório comportamental da criança na interação com o terapeuta e com as demais crianças (situação muito próxima da real), já que é na relação da criança com o meio que os comportamentos-problema da vida cotidiana são emitidos e podem ser melhor trabalhados (Guerrelhas, Bueno & Silvares, 2000). O contato da criança com o jogo proporciona também o acesso a sentimentos e outros comportamentos encobertos, na medida em que ao jogar a criança expressa o que sente e o que pensa (Macedo, Pitty & Passos, 2000).
                                                                                            O caráter lúdico dos jogos permite o desenvolvimento de boa relação interpessoal entre terapeutacriança e criança-criança, contribuindo para que habilidades motoras, cognitivas, sociais e acadêmicas, muitas vezes deficitárias, sejam desenvolvidas mediante um ambiente reforçador (Shives, 2007). Além disso, o jogo pode ser utilizado como uma fonte de reforçamento na situação de terapia, na medida em que é usado como uma conseqüência positiva diante de comportamentos desejáveis emitidos pela criança. Deste modo, ao emitir um comportamento desejável pouco freqüente em seu repertório, como o de permanecer sentado durante a atividade, por exemplo, poderá receber como conseqüência desse comportamento o direito de escolher o próximo jogo.
                                                                                            A situação de jogo no contexto de grupo propicia a exposição direta das crianças a situações de interação social, possibilitando ao terapeuta visualizar os fatores que infl uenciam e mantém os comportamentos da criança e manejar adequadamente habilidades sociais num contexto protegido e quase natural, já que o comportamento de brincar é comum entre as crianças em diversos ambientes (Guerreras, Bueno e Silvares, 2000). Além disso, o jogar em grupo possibilita que a criança aja diretamente sobre o comportamento das outras crianças, modifi cando-os (Ferraz, 2005). Tendo em vista que crianças com tal diagnóstico podem apresentar prejuízos nas interações sociais, os comportamentos importantes para o estabelecimento de um bom relacionamento interpessoal que podem ser instalados na situação de jogo são: contato visual adequado, oferecer ajuda para guardar os materiais e arrumar o ambiente terapêutico, ajudar ou pedir ajuda ao amigo quando encontrar Dificuldades, pedir para escolher o jogo, pedir permissão para pegar ou manusear materiais da sala de terapia, manusear adequadamente os materiais, responder verbalmente ao amigo ou terapeuta quando for solicitado, perguntar quando não entende instruções ou regras estabelecidas, falar somente quando outra pessoa não estiver falando, falar em tom de voz adequado, fazer somente comentários positivos em relação a si mesmo e aos demais, aprender a ceder, aprender a reclamar e exercer direitos assertivamente.
                                                                                            Ao entrar em contato com as regras do jogo a criança tem a oportunidade de aprender a seguir regras em uma situação concreta. Dentre os comportamentos de seguimento de regras que podem ser observados a partir da situação de jogo estão: o comportamento de engajar-se em atividades propostas pelo terapeuta frente a instruções dadas, o de aguardar a vez para jogar e o de atender a solicitação dada na situação.
                                                                                            Além destas regras, outras são elaboradas juntamente com as crianças no início do processo terapêutico e que envolvem o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas para o enfrentamento de situações desafi adoras (Ferraz, 2005). Estas regras são também utilizadas para promover a avaliação e auto-avaliação do desempenho de cada criança. Na sala de terapia ficam afixadas em lugar visível, visando o acesso às regras pelas próprias crianças e pelo terapeuta. Algumas sugestões de regras podem ser desenvolvidas, como: errar pode, desistir nunca; falar somente quando outra pessoa não estiver falando; falar baixo; não fazer comentários sobre o comportamento de outras crianças da sessão, que as coloquem em situação desfavorável; esperar a vez; elogiar o amigo; resolver impasses de relacionamento de forma não agressiva.
                                                                                            No início, provavelmente, o comportamento de seguir regras é instalado e mantido utilizando-se conseqüências sociais e arbitrárias planejadas pelo terapeuta (ex. elogios pareados a confeitos de chocolate e a pontos extras no jogo, por exemplo), mas na medida em que a criança entra em contato com as conseqüências naturais reforçadoras, o comportamento adquirido também pode ficar sob controle dessas conseqüências naturais (ver Catania, 1999, p. 279). Consequentemente, a criança pode aprender comportamentos escassos no seu repertório, fundamentais para um bom desempenho em diversas atividades que venham a desenvolver. Por exemplo, uma criança que freqüentemente tem um desempenho ruim em jogos porque na maioria das vezes fala junto com terapeuta ou colega que está explicando o jogo, pode vir a ter um desempenho melhor do que o habitual quando segue a regra de "esperar a vez para falar", não só em função de conseqüências arbitrárias, mas porque também entrou em contato com as conseqüências naturais do jogo (ex. aprendeu as possibilidades do jogo e pode fazer melhor suas escolhas dentro dessas possibilidades).
                                                                                            A situação de jogo propicia ainda o desenvolvimento de repertório atencional, dentro do qual estão comportamentos como o de focar a atenção em estímulo discriminativo relevante, de manter a atenção por mais tempo, de continuar uma tarefa mesmo com interrupções e de continuar uma tarefa mesmo com estimulação concorrente frente a estímulos relevantes. Na situação de jogo trabalha-se com tais comportamentos o tempo todo, na medida em que sem os mesmos não é possível desempenhar-se adequadamente e obter resultados favoráveis no final das partidas.
                                                                                            Além disso, trabalha-se com comportamentos de organização como arrumar os materiais do jogo de forma eficaz sobre a mesa para garantir melhor desempenho e começar um novo jogo somente quando o material do anterior já estiver guardado.
                                                                                            Os temas e assuntos abordados no jogo podem propiciar à criança o aprendizado de conteúdos abstratos e de entrar em contato com novo conhecimento, desenvolvendo o repertório cognitivo e acadêmico. O jogo também pode aproximar a criança de conteúdos escolares (matemática, história, geografi a, português) ao ser apresentado com níveis graduais de dificuldade. A intervenção realizada pelo terapeuta modela habilidades importantes no repertório comportamental para aquisição destes conteúdos. Por meio dos desafios propostos pelos jogos, o terapeuta tem a oportunidade de desenvolver habilidades de enfrentamento, ao mostrar à criança que o mais importante na situação de jogo não é a vitória, mas a persistência na resolução do desafio e superação das dificuldades. E mais, que para ganhar é preciso emitir comportamentos desejáveis durante a situação de jogo e nunca desistir do desafio. Assim, ganhar não é questão de sorte, e perder e errar fazem parte do processo de jogar (Ferraz, 2005; Aguilar & Valle, 2005). Desta forma, o terapeuta cria condições que podem favorecer a criança a perceber que a maneira como ela se comporta está relacionada às conseqüências que terá.
                                                                                            Essa exposição a conteúdos desafiantes no contexto de jogo abre caminhos para que o terapeuta possa modifi car o autoconceito da criança, muitas vezes prejudicado, pela história de punição ao qual pode ter sido exposta. Esta modifi cação é possibilitada pelo fato de a criança entrar em contato com conteúdos escolares de forma gradual por intermédio de uma atividade lúdica (jogo), na presença de um adulto que não pune os seus comportamentos, incentivando-o constantemente a buscar alternativas para resolver as Dificuldades, sem desistir (Macedo, Pitty & Passos, 2000). Assim, uma vez restabelecido o conceito positivo sobre si mesma, a criança passa novamente a entrar em contato com tais conteúdos, por perceber que esse contato pode ser prazeroso e não gerar punição como antes, caso a criança tenha tido seu autoconceito prejudicado.
                                                                                            Logo, o trabalho com jogos dá à criança a oportunidade de se comportar e de organizar as contingências em vigor na medida em que aumenta a probabilidade de ela relacionar o seu comportamento à conseqüência obtida. Durante a execução do jogo, o comportamento da criança é permanentemente descrito pelo terapeuta ao relacioná-lo com a devida conseqüência. Assim, ao relacionar o bom desempenho da criança no jogo a comportamentos como manter a atenção a estímulo relevante, planejar e desenvolver estratégias antes de fazer jogadas aleatórias, permanecer sentado ou esperar a sua vez de jogar, o terapeuta mostra à criança, mais uma vez, que a maneira como ela se comporta está diretamente relacionada às conseqüências que terá, envolvendo a criança diretamente na identifi cação de variáveis de controle do seu próprio comportamento.
                                                                                            Além disso, uma vez utilizado para planejar um ambiente propício ao desenvolvimento de habilidades, os jogos favorecem também a aplicação de estratégias comportamentais tais como modelação, modelagem, feedback positivo e ensaios comportamentais (Ferraz, 2005). Assim, comportamentos como baixo autocontrole, baixo controle por regras, baixa auto-estima, baixa tolerância à frustração e excessos comportamentais (como movimentos e vocalizações em alta freqüência) diminuem de freqüência e novos comportamentos que tem a probabilidade de gerar mais reforço positivo do que punição são instalados.
                                                                                            Outra vantagem que o contexto de terapia comportamental em grupo com jogos propicia é a semelhança das habilidades e comportamentos modelados que também são exigidos nos demais âmbitos de vida da criança (escola, social) (Guerrelhas, Bueno & Silvares, 2000). Conseqüentemente, essa semelhança aumentaria a probabilidade dos comportamentos modelados na terapia serem generalizados para outros ambientes da criança.
                                                                                            Diante desta perspectiva, pesquisas mostram a importância do jogo em terapia (Bayat, 2008; Diaz & Lieberman; 2010; Filaccio, 2009; Lawver & Blankenship, 2008; Liles & Packman; 2009; Thiennemann, 2005; Millard & Cook, 2010; Reddy, 2010) e o seu papel em auxiliar a criança a estabelecer novas relações com os colegas, com adultos (terapeuta), com a situação de atividade e com os conteúdos pedagógicos às quais é exposta, na medida em que aprende a se comportar de forma diferenciada frente ao novo ambiente e pode generalizar tal atuação para os demais ambientes de sua vida (Ferraz, 2005; Gadelha & Menezes, 2004; Thiennemann, 2005; Regra, 2000; Silvares, 2001).

                                                                                            TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade


                                                                                            Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) para sistematizar comportamentos de desatenção, impulsividade ou desinibição e excesso comportamental. Nos critérios diagnósticos apresentados pelo DSM-IV-TR (APA, 2002), essas características devem ocorrer por mais de seis meses, são observadas pela primeira vez por volta dos sete anos e permanecem durante o desenvolvimento da criança, comprometendo sua atuação diária e podendo causar sérios prejuízos no desenvolvimento psicossocial, cognitivo e acadêmico. Estes Déficits podem aparecer em uma idade precoce (antes dos sete anos) e tendem a se apresentar nos diversos ambientes que a criança freqüenta ao longo do tempo (Waschbusch, Kipp & Pelham, 1998).
                                                                                            Segundo Barkley (2006), o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade seria resultante de uma disfunção cerebral, principalmente na região anterior do lobo frontal, responsável por Déficits cognitivos das funções executivas. Essas alterações infl uenciam na capacidade de planejar e antecipar conseqüências, de controlar impulsos, de iniciar uma ação, de modifi car as estratégias a partir dos resultados obtidos, de verifi car a validade da ação e da falta de motivação para iniciar e manter-se atento à realização das tarefas. Dessa forma, a difi culdade de inibição da resposta impulsiva seria um comprometimento cognitivo importante presente no TDAH.
                                                                                            Em termos comportamentais, as características do TDAH expressam-se claramente em comportamentos comuns presentes no repertório comportamental da criança como o de responder a uma pergunta sem esperar a vez, falar quando não é solicitado, dar respostas inadequadas ou incorretas, passar ao tópico seguinte sem terminar o anterior, construindo anotações confusas e inacabadas, de interromper a fala das pessoas em ocasião imprópria (Pardini & Fite, 2010; Gallardo-Paúls, Gimeno-Martinez, & Moreno-Campos, 2010).
                                                                                            Além da difi culdade de controle do impulso, prejuízos atencionais são também observados nesta patologia. Caracterizam-se como Dificuldades de selecionar os estímulos relevantes da situação, o que poderia se relacionar com a facilidade para se distrair com estímulos de menor importância e concorrentes do ambiente. Observa-se ainda difi culdade de sustentar a atenção por período prolongado de tempo, falta de habilidade de fi car atento a atividades que requerem longos períodos de realização, como leitura de parágrafos longos (Ek, Westerlund, Holmberg, & Fernell, 2010; Hechtman, 2005).
                                                                                            Outro padrão comportamental existente nessas crianças é o de desorganização no planejamento da vida em geral (Araújo, 2003; Artigas-Pallares, 2003; Diamond, 2000; Farré; Gol & Jarus, 2005; Narbona, 2001; Kadesjo, 2001; Piek & Hay, 1999): com freqüência perdem e danifi cam os materiais escolares, perdem data de entrega de tarefas devido à difi culdade para se organizarem no tempo.
                                                                                            Além de difi culdade no âmbito escolar, apresentam comprometimentos na área social decorrentes dos sintomas primários do TDAH, como mencionado acima (Ek, Westerlund, Holmberg, & Fernell, 2010). Os excessos e Déficits comportamentais difi cultam a convivência com outras crianças e com adultos (Hechtman , 2005; Gol & Jarus, 2005; Weiss & Weiss, 2002), que freqüentemente se mostram irritados com a agitação e o barulho que elas podem apresentar, reagem de forma punitiva não só a este aspecto como também à criança em geral, afastando-se dela (Barkley, 2006).
                                                                                            Quanto ao tratamento, os medicamentos estimulantes são recomendados para o tratamento de TDAH e podem atuar bioquimicamente alterando a predisposição do organismo de agir de forma impulsiva e/ou agressiva (O'Callaghan, Reitman, Northup, Hupp, & Murphy, 2003). No entanto, os agentes farmacológicos não promovem diretamente a aquisição de habilidades sociais, nem outras habilidades úteis para o dia-a-dia, como por exemplo, resolução de problemas (Thienemann, 2005) e, recentemente, sua eficácia está sendo questionada por alguns pesquisadores como Koester, Becker, Kilian, Ferget e Wieinmann (2009).
                                                                                            O tratamento padronizado (Barkley, 2006; Chronis e cols., 2004; Waschbusch et al, 1998; Weiss & Weiss, 2002) é a combinação de intervenções comportamentais que poderiam envolver psicoeducação, treino parental no manejo de habilidades sociais, intervenções feitas na sala de aula, manejo de contingências, treino de habilidades sociais, dentre outras; e medicamentos estimulantes, sendo que em alguns casos, a depender da gravidade, a terapia comportamental poderia ser recomendada sem medicamentos (American Academy of Pediactrics).
                                                                                            Apesar de serem escassos na literatura estudos comparando a eficácia de tratamentos comportamentais grupaisversus individuais em TDAH, Thienemann (2005) defende que a terapia em grupo pode ter resultados superiores aos da terapia individual. De acordo com o autor, os participantes muitas vezes se sentem diferentes das demais pessoas em uma comunidade ou família e, nessa situação, podem compartilhar experiências, sentimentos e vivências semelhantes. Além disso, o autor considera a terapia em grupo vantajosa em termos de desenvolvimento, pois permite que as atividades sejam estruturadas para crianças ou adolescentes com idades semelhantes.
                                                                                            A favor da terapia em grupo, pesquisas (Bramhan et al, 2009; Pelham, 2001; Waschbusch et al.,1998) apontam que este tratamento tem sido bastante eficaz no manejo de TDAH, além de ser uma alternativa economicamente viável para os clientes (Weiss & Weiss, 2002).
                                                                                            Waschbusch et al (1998) chamam a atenção dos especialistas para que não se percam de vista as diferenças individuais no tratamento, pois enquanto as estatísticas mostram que 60-80% das crianças com TDAH apresentam uma resposta positiva ao uso de medicamentos em muitas áreas da vida, outras 20-40% não mostram nenhuma mudança ou mostram piora. Da mesma forma, o uso de um roteiro padronizado no tratamento pode fazer com que se perca a funcionalidade da emissão de certos comportamentos durante a sessão e ocorra a substituição de sintomas (Banaco, 1999). Finalmente, Waschbusch et al (1998) alertam também que antes de qualquer tomada de decisões em relação ao tratamento, é importante que se verifique se poderá ocorrer a generalização do tratamento de TDAH nos diferentes aspectos da vida da criança.

                                                                                            quarta-feira, 8 de agosto de 2012

                                                                                            O jogo na ação lúdica infantil


                                                                                            O jogo na ação lúdica infantil

                                                                                            As interações sociais que a criança estabelece no decorrer da atividade lúdica são fundamentais para seu desenvolvimento. Durante estas trocas, a criança tem oportunidade de assumir diversos papéis e colocar-se no lugar do outro.
                                                                                            Os objetos e/ou brinquedos com os quais a criança brinca podem ser de elementos simples da natureza até sofisticados brinquedos.
                                                                                            Esses objetos aparecem em diferentes contextos no cotidiano infantil: na família, nas instituições educacionais, no contexto psicológico. Em cada um deles, um brinquedo pode ser visto como objeto de solidão ou consolação; como objeto que estimula a autonomia ou que potencializa socialização da criança no coletivo.
                                                                                            As brincadeiras têm um impacto próprio e são, ao mesmo tempo, veículos da inteligência e da atividade lúdica. Elas constituem um “eco” dos padrões culturais dos diferentes contextos socioeconômicos. Assim, o jogo/brincadeira é visto como forma de o sujeito violar a rigidez dos padrões de comportamento sociais da espécie, pois o jogo/brincadeira, ao ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera de familiaridade, segurança emocional e ausência de tensão e perigo, favorece a aprendizagem de normas sociais.
                                                                                            A conduta lúdica da criança apresentada através do jogo oferece oportunidades para experimentar comportamentos que em situações normais não seriam possíveis.
                                                                                            Aponta a potencialidade da brincadeira para a descoberta de regras e aquisição da linguagem. Ao repetir a brincadeira nos contatos interativos com adultos, a criança descobre a regra, ou seja, a sequência de ações que compõem a modalidade do brincar e não só repete essas ações, mas toma iniciativa, alterando sua sequência ou introduzindo novos elementos.
                                                                                            Ao descobrir regras a criança aprende: a falar; iniciar a brincadeira e alterá-la. Assim, as brincadeiras de esconder são relevantes para o desenvolvimento cognitivo, estimulam a aprendizagem da linguagem e a solução de problemas.
                                                                                            Ao brincar, a criança não está preocupada com os resultados. É o prazer e a motivação que impulsionam a ação para explorações livres. Em situações de brincadeiras a criança desenvolve a intencionalidade e a inteligência. O saber fazer e enriquecido com a parceria dos adultos.

                                                                                            quinta-feira, 5 de julho de 2012

                                                                                            Piaget: Adaptação e equilibração


                                                                                            Piaget: Adaptação e equilibração

                                                                                            Com o conceito de equilibração, Piaget demonstrou que a Inteligência deve ser confrontada para evoluir.



                                                                                            Conseguir o equilíbrio, atingir uma posição estável após superar dificuldades e sobressaltos. Esse é um processo básico na trajetória do ser humano, uma ação continuada que permite, a um só tempo, sua evolução e sua sobrevivência. Para suprir as necessidades básicas (como saciar a fome), o homem precisou enfrentar situações inéditas (para ficar no exemplo da nutrição: aprender quais frutos eram comestíveis, desenvolver instrumentos de caça e criar processos industriais para a esterilização de alimentos). A obra de Jean Piaget (1896-1980) defende que esse processo também ocorre com a inteligência. Influenciado pelas teorias evolutivas da Biologia, o cientista suíço demonstrou que a capacidade de conhecer não é inata e nem resultado direto da experiência. Ela é construída pelo indivíduo à medida que a interação com o meio o desequilibra - ou seja, o desafia -, exigindo novas adaptações que possibilitam reequilibrar-se, numa caminhada evolutiva. A inteligência humana se renova a cada descoberta. 


                                                                                            O argumento de Piaget é que, desde o nascimento, a criança constrói infinitamente suas estruturas cognitivas em busca de uma melhor adaptação ao meio. No começo de seus estudos, ele utilizou o termo "adaptação" para nomear o processo pelo qual as crianças passam de um nível de conhecimento simples a outro mais complexo. Alguns anos mais tarde, optou pelo conceito de equilibração e, mais tarde, à ideia de abstração reflexiva. 



                                                                                            Sua ocorrência se dá por meio de duas etapas complementares. A primeira delas, chamada de assimilação, é uma ação externa: consiste em utilizar os chamados esquemas de ação (formas como interagimos com o mundo, como classificar, ordenar, relacionar etc.) para compreender as características de determinado conceito. A segunda, a acomodação, é um processo interno: diz respeito à construção de novas estruturas cognitivas (com base nas pré-existentes, mas ampliando-as). Isso permite assimilar a novidade, chegando a um novo estado de equilíbrio.


                                                                                            quarta-feira, 20 de junho de 2012

                                                                                            Frustração


                                                                                            Frustração, um passo para a Criatividade

                                                                                            Ela dói e marca. Por isso, muitas vezes, tendemos a evitar que nossos filhos passem por ela, mas isso é um erro. A frustração é a maneira mais fácil da criança conhecer a realidade e reunir forças para mudá-la, se quiser.
                                                                                            -Chora que a mamãe compra!
                                                                                            -Bate o pé, a mamãe volta atrás com o não e diz sim!
                                                                                            -Quero, porque quero usar uma determinada roupa ou sapato, o cabelo de determinada forma, mesmo que não esteja adequado ao clima, local, horário... e lá vai a mãe ceder em função do desejo do filho.
                                                                                            São essas e outras situações corriqueiras do dia a dia e as atitudes dos pais que vão ajudar a formar a personalidade da criança.
                                                                                            Você já descobriu que, por maior que seja a sua vontade, é impossível dar tudo a seu filho? Talvez seja incômoda a reação da criança quando lhe negam alguma coisa: ela faz bico, chora, berra, esperneia. Isto ocorre porque, ao negar-lhe algo, você o deixa frustrado. Se ele não começar a trabalhar com esse sentimento desde cedo, como vai se virar naquelas situações em que a vida lhe diz não?
                                                                                            A frustração é uma vivência como outra qualquer, da qual a criança tira elementos para seu amadurecimento.
                                                                                            Vivendo-se o fracasso, aprende-se a vencê-lo.
                                                                                            A criança superprotegida tem menos força para enfrentar a vida, pois impedida de viver as frustrações é enfraquecida. Diante das derrotas, tende pôr a culpa nos outros e raramente tenta outra vez. Não toleram ver outras crianças sendo centro das atenções. Demoram a perceber que não existem apenas elas no mundo, e estão na maioria das vezes procurando papéis de herói ou anti-herói para se destacar.
                                                                                            A frustração deve ser vivida, admitida e extravasada, para que surja, depois de dentro da própria pessoa a capacidade de lutar pelo que quer, com mais força, aperfeiçoando-se como ser humano, sendo melhor para chegar onde quiser.
                                                                                            Numa sociedade altamente competitiva como a nossa, em que muita gente quer estar num lugar mais alto, é preciso estar preparado para perder e não desanimar.
                                                                                            É muito bom querer ser sempre primeiro, mas quando não se chegou lá, é fundamental encarar isso de frente, e não fingir que não tem importância apenas para não vivenciar a dor da derrota. Dessa dor nasce a criatividade.
                                                                                            Desmistificar a frustração é de fundamental importância para nossas vidas.
                                                                                            Na parte pedagógica, a criança pode apresentar alguma dificuldade, pois o limite apresentado por uma folha de papel pode ser um fator que vai impedi-la de se satisfazer com um desenho ou sua escrita. Ela terá pouca capacidade de persistir no processo de aprendizagem, não saberá valorizar muito bem as suas conquistas porque sempre teve tudo muito fácil.
                                                                                            Com sorte, essa criança pode até atravessar os primeiros ciclos de sua vida socorrendo-se com seus pais a cada perda e encontrá-los sempre prontos a lhe dar tudo, não permitindo que ela encare de frente  a temida frustração. E depois na adolescência, na vida adulta, quem irá socorrê-la?
                                                                                            Para saber se estão agindo bem, pai e mãe devem se perguntar como estão lidando com suas próprias frustrações. O que mais se vê é a transferência de expectativa, como os pais que sofreram com problemas financeiros, pessoais, ou tiveram limites muito rígidos e agem na direção oposta com seus filhos, para que não tenham o mesmo sofrimento.
                                                                                            Todos concordam que a proteção, o atendimento, o carinho são necessários e que só uma criança que se sente amada e segura pode elaborar uma perda, uma frustração em favor de seu crescimento interior.
                                                                                            O segredo está “no ponto”, na atenção. Educar é quase como fazer um doce em que os ingredientes são simples, mas tem a medida certa. A mão da cozinheira é fundamental.
                                                                                            Marisa Mazzi Almeida - Psicóloga

                                                                                            quarta-feira, 6 de junho de 2012


                                                                                            É bom começar cedo  

                                                                                            Pesquisa mostra que frequentar o jardim de infância tem efeito positivo ao longo da vida escolar.


                                                                                            Saiu uma pesquisa que ajuda a esclarecer uma questão angustiante da maternidade: mandar os filhos ainda pequenos para a escola pode ser uma má decisão? O estudo chega a duas conclusões sobre o assunto. A primeira serve de alerta aos pais que optam por deixar os filhos longe das classes de jardim-de-infância - e é um alívio para as mães que trabalham fora: ingressar cedo na escola não só não é prejudicial às crianças como costuma ter conseqüências positivas no aprendizado a longo prazo. Não é a primeira vez que um trabalho acadêmico descortina os efeitos benéficos da escola nos primeiros anos de vida.
                                                                                            O mérito do atual estudo foi ter demonstrado isso por meio do mais detalhado banco de dados já produzido sobre o assunto. Patrocinados pelo governo americano, os pesquisadores monitoraram 1 300 crianças, da maternidade aos 12 anos, a cada quatro meses. A metade delas ficou em casa até os 5 anos, entregue aos cuidados da mãe ou de uma babá, enquanto a outra parte freqüentou a escola. Até a chegada da pré-adolescência, os dois grupos foram submetidos a provas para medir o desempenho escolar. Resultado: os estudantes enviados ao jardim-de-infância antes do ensino fundamental se saíram melhor em todas as disciplinas testadas. Resume o psicólogo James Griffin, um dos autores do trabalho: "Está claro que ir à escola no princípio da vida faz parte de um conjunto de fatores que definem o sucesso nos estudos".
                                                                                            O segundo dado valioso da pesquisa joga luz sobre outra dúvida comum aos pais: a melhor idade, afinal, para matricular os filhos. Muitas famílias protelam essa decisão até as vésperas do ensino fundamental, por volta dos 6, 7 anos. O trabalho revelou, no entanto, que é a partir dos 3 anos que a escola passa a ser mais proveitosa. Antes disso, o que mais pesa em favor do desenvolvimento intelectual das crianças são o afeto e a atenção individual - não importando se vêm de casa ou da creche. Depois dessa fase, estar num ambiente com outros adultos e crianças funciona como alavanca ao aprendizado - e isso repercute ao longo do restante da vida escolar. Eis um exemplo extraído da pesquisa americana: aos 12 anos, os estudantes que haviam freqüentado a pré-escola apresentavam vocabulário mais rico do que o restante da turma. Uma das explicações, defendida por esses e outros especialistas, é que, ao se limitar ao contato com a mãe ou babá, a criança toma familiaridade com um único jeito de se expressar e tende a se concentrar no vocabulário mais empregado em casa. "A escola, por sua vez, a expõe à diversidade", afirma Griffin.
                                                                                            O que resta aos pesquisadores compreender melhor são as conseqüências do ingresso na escola para o desenvolvimento emocional. Nesse campo, está claro que uma passagem pelo jardim-de-infância favorece a autonomia e antecipa o aprendizado sobre a convivência em grupo. Outro fato comum às crianças matriculadas na escola antes dos 5 anos chamou atenção no estudo americano: aos 12, elas são mais agressivas em sala de aula do que os colegas, de acordo com a avaliação feita pelos professores com base num conjunto objetivo de questões. A observação sistemática dessas crianças em seus primeiros anos de vida sugere que, na escola, elas se lançam mais cedo à luta por atenção do que aquelas que ficaram entregues aos cuidados maternos (mesmo quando há irmãos em casa). É uma hipótese a ser investigada.
                                                                                            O que os especialistas já sabem - e o novo estudo confirma por meio de uma fartura de dados qualitativos - é que o cenário mais favorável ao desenvolvimento pleno das crianças, dos 3 anos em diante, combina dois fatores de pesos semelhantes: um ambiente familiar rico em estímulos e uma boa escola. Conclui o psicólogo Jay Belsky, um dos autores do trabalho: "Os melhores resultados escolares se dão quando a família é parte ativa na educação".
                                                                                            Criadas em casa
                                                                                            O número de crianças fora da pré-escola é ainda alto em vários países -inclusive no Brasil. Na maioria das vezes, essa é uma escolha dos pais.

                                                                                            SOLIDARIEDADE


                                                                                            É preciso ensinar em casa e também na escola o quanto é importante ajudar o próximo.Para que o seu filho se torne um cidadão do bem, daqueles que auxiliam alguém a atravessar a rua, ele precisa ser motivado desde a infância.

                                                                                            "A gratidão de quem recebe um benefício é sempre menor que o prazer daquele que o faz", já dizia sabiamente o escritor Machado de Assis no conto Almas Agradecidas, na Série Bom Livro (Ed. Ática). Estudos mostram que após a pessoa promover uma atitude solidária, o cérebro libera a substância endorfina, provocando sensação de felicidade.
                                                                                            De norte a sul do país são inúmeros os projetos criados por professores visando ao bem-estar do próximo. "Pesquisas recentes revelam a importância de valores como a solidariedade serem trabalhados nas escolas e o quanto é essencial para as crianças praticá-los desde pequeninas", diz Luciene Tognetta, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
                                                                                            Segundo a educadora, o conceito de solidariedade nas escolas é construído por meio do convívio social, dia após dia, pois é no cotidiano que as crianças desenvolvem as virtudes. "Por exemplo, quando há conflito entre dois alunos, o professor deve promover o diálogo entre eles: ao se expressarem e dizerem o que os incomoda eles aprendem a olhar o outro com generosidade", explica Luciene.
                                                                                            Mas a família também tem papel fundamental na construção desse caráter. "É preciso que a criança sinta a união de pais e irmãos e os vejam praticando a solidariedade entre eles mesmos", comenta o psicoterapeuta e educador Leo Fraiman (SP). Fisiologicamente, fazer o bem é muito saudável: estudo realizado pela Universidade de Harvard (EUA), com cerca de 2700 pessoas, apontou que ser solidário e praticar algum trabalho voluntário é benéfico ao coração e ao sistema imunológico, além de aumentar a expectativa de vida.
                                                                                            Muito trabalho a fazer
                                                                                            Apesar de muitos brasileiros serem solidários e não medirem esforços para ajudar o próximo, ainda estamos caminhando muito devagar nesse sentido. Uma pesquisa recente realizada pela Charities Aid Foundation (instituição de caridade do Reino Unido) e o Instituto Gallup, em 153 países do mundo, avaliou que o Brasil ocupa a 76ª posição no ranking mundial de caridade. Somos menos solidários que a média da população mundial! Os países mais altruístas são Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Irlanda e Suíça. Está aí um bom motivo para desenvolvermos a solidariedade desde a infância.


                                                                                            Deficiência intelectual 

                                                                                             Repetir atividades no cotidiano ajuda as crianças a compreender as noções de tempo e de espaço.

                                                                                            O ritmo de aprendizagem das crianças com deficiência intelectual costuma ser mais lento que o dos colegas. Isso não impede que as atividades propostas sejam igualmente desafiadoras. Quanto mais chances a criança tiver de explorar o ambiente, os objetos e conhecer os hábitos e tradições do grupo em que vive, mais chances ela terá de compensar suas desvantagens e de desenvolver suas habilidades.

                                                                                            Compreender as noções de tempo e de espaço pode ser algo complicado para esta criança. Desenvolva muitas experiências para que ela vivencie situações variadas. Tudo o que pode ser visto e que faz parte do cotidiano se torna mais palpável para a criança com deficiência intelectual. Se necessário, repita atividades no dia a dia e confira pequenas responsabilidades à criança para que ela seja, de fato, parte do grupo e tenha suas aprendizagens garantidas.

                                                                                            A fala também pode demorar mais que o habitual para se desenvolver. Utilize placas com imagens dos objetos e palavras que indiquem ações rotineiras como comer, beber, fazer xixi etc. Assim a criança terá mais autonomia para indicar suas necessidades.

                                                                                            Outra recomendação é montar um caderno de registros com os avanços e as dificuldades da criança, que deve ser compartilhado em conversas periódicas com os pais ou responsáveis. Isso vai ajudá-lo a entender o ritmo do pequeno e a propor atividades adequadas para ele.

                                                                                            É importante lembrar que, dependendo do grau de deficiência intelectual da criança, alguns problemas de mobilidade e de agressividade podem aparecer. Em alguns casos, um auxiliar, que serve como cuidador, acompanha a criança durante a rotina, ajuda nas idas ao banheiro ou a traz de volta para a sala quando foge. Nessas situações, tenha a devida compreensão com as condições da criança, mas não deixe de mostrar a ela que precisa ter um comportamento de estudante, assim como os colegas. Aos poucos, e se bem estimulada, a criança vai compreender que precisa aprender junto da turma.

                                                                                            Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio

                                                                                            Jean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança. 


                                                                                            Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética - isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. 



                                                                                            "A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança", diz Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.



                                                                                            As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos.



                                                                                            Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz - um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática. Vem de Piaget a ideia de que o aprendizado é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente construtivista. 



                                                                                            Educar, para Piaget, é "provocar a atividade" - isto é, estimular a procura do conhecimento. "O professor não deve pensar no que a criança é, mas no que ela pode se tornar".

                                                                                            Por que brincar é importante para as crianças pequenas ?

                                                                                            Brincar é importante para os pequenos e disso você tem certeza. Mas por quê? Sem essa resposta, fica difícil desenvolver um bom trabalho com as turmas de creche e de pré-escola, não é mesmo? Se essa inquietação faz parte do seu dia a dia, sinta-se convidado a estudar o tema. Ele rende pano para manga desde muito, muito tempo atrás. "Os primeiros questionamentos sobre o brincar não estavam relacionados a jogos, brinquedos e brincadeiras, mas focavam a cultura", diz Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. 

                                                                                            No fim do século 19, o psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962), o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) e o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) buscavam compreender como os pequenos se relacionavam com o mundo e como produziam cultura. Até então, a concepção dominante era de que eles não faziam isso. "Investigando essa faceta do universo infantil, eles concluíram que boa parte da comunicação das crianças com o ambiente se dá por meio da brincadeira e que é dessa maneira que elas se expressam culturalmente", explica Clélia. 

                                                                                            Wallon foi o primeiro a quebrar os paradigmas da época ao dizer que a aprendizagem não depende apenas do ensino de conteúdos: para que ela ocorra, são necessários afeto e movimento também. Ele afirmava que é preciso ficar atento aos interesses dos pequenos e deixá-los se deslocar livremente para que façam descobertas. Levando em conta que as escolas davam muita importância à inteligência e ao desempenho, propôs que considerassem o ser humano de modo integral. Isso significa introduzir na rotina atividades diversificadas, como jogos. Preocupado com o caráter utilitarista do ensino, Wallon pontuou que a diversão deve ter fins em si mesma, possibilitando às crianças o despertar de capacidades, como a articulação com os colegas, sem preocupações didáticas. 

                                                                                            Já Piaget, focado no que os pequenos pensam sobre tempo, espaço e movimento, estudou como diferem as características do brincar de acordo com as faixas etárias. Ele descobriu que, enquanto os menores fazem descobertas com experimentações e atividades repetitivas, os maiores lidam com o desafio de compreender o outro e traçar regras comuns para as brincadeiras. 

                                                                                            As pesquisas de Vygotsky apontaram que a produção de cultura depende de processos interpessoais. Ou seja, não cabe apenas ao desenvolvimento de um indivíduo, mas às relações dentro de um grupo. Por isso, destacou a importância do professor como mediador e responsável por ampliar o repertório cultural das crianças. Consciente de que elas se comunicam pelo brincar, Vygotsky considerou uma intervenção positiva a apresentação de novas brincadeiras e de instrumentos para enriquecê-las. Ele afirmava que um importante papel da escola é desenvolver a autonomia da turma. E, para ele, esse processo depende de intervenções que coloquem elementos desafiadores nas atividades, possibilitando aos pequenos desenvolver essa habilidade.

                                                                                            Movimento: por que ele é tão importante ?

                                                                                            Um dos primeiros movimentos que os bebês executam logo ao nascer é sugar. Com o passar do tempo, o repertório aumenta e é aperfeiçoado com base no contato com o entorno, as pessoas e os objetos. Essa oportunidade é importante para garantir a sobrevivência dos pequenos e a comunicação deles com o ambiente antes da aquisição da linguagem oral. Por meio de gestos, eles exploram e conhecem o mundo em que vivem. Esse estágio foi descrito como sensório-motor (ou projetivo) pelo médico, psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962). 

                                                                                            Na creche, trabalhar a temática do movimento requer planejamento. A ausência de berços, somada a atividades de dança que envolvem gestos repetitivos e coreografados e os tradicionais circuitos que desafiam a turma a descer, subir, rolar, entrar e sair, é interessante. Mas é preciso garantir ainda mais, pensar em propostas que desafiem as crianças constantemente a ir e vir, a explorar ações que ainda desconheçam, a experimentar sensações e a conhecer o próprio corpo, possibilidades e limites. Para isso, organizar a sala com elementos pertinentes e espaços livres é essencial.
                                                                                             
                                                                                            Não existe uma fórmula para criar um ambiente corporalmente desafiador. No entanto, bons exemplos podem ajudar, mostrando como o espaço deve ser organizado para favorecer a pesquisa de movimentos e a estimulação dos sentidos da criançada.

                                                                                            Essa preocupação, de acordo com o livro Educação de Bebés em Infantários (Jacalyn Post e Mary Hohmann, Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 380 págs., edição esgotada), é importante para incentivar diversas interações. Objetos grandes e pequenos, colocados no alto e mais próximos ao chão, permitem que os bebês investiguem meios de alcançar todos eles. Além disso, garantir que na sala existam peças grandes, como as de mobiliário, evita que eles vejam o adulto como um gigante. 

                                                                                            Além de garantir um bom trabalho com movimento, essas intervenções rendem frutos para a construção e o desenvolvimento da autonomia e da identidade, outro eixo fundamental na Educação Infantil. Segundo Ana Lúcia Bresciane, psicóloga e formadora de professores, o desenvolvimento motor favorece as descobertas e a expressão de sensações e sentimentos, promovendo a comunicação segundo as marcas simbólicas, próprias da cultura infantil. Nara de Oliveira, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), completa: "Pensar de forma opositiva, corpo versus mente, só reforça estereótipos". Então, aproveite ao máximo as oportunidades de pôr a turma para se mexer.

                                                                                            Ninguém nasce virtuoso


                                                                                            A virtude, para Aristóteles, é uma prática e não um dado da natureza de cada um, tampouco o mero conhecimento do que é virtuoso, como para Platão (427-347 a.C.). Para ser praticada constantemente, a virtude precisa se tornar um hábito. Embora não se conheça nenhum estudo de Aristóteles sobre o assunto, é possível concluir que o hábito da virtude deve ser adquirido na escola. 


                                                                                            Grande parte da obra que originou o legado aristotélico se desenvolveu em oposição à filosofia de Platão, seu mestre e fundador da Academia ateniense, que Aristóteles frequentou durante duas décadas. Posteriormente, ele fundaria uma escola própria, o Liceu. Uma das duas grandes inovações do filósofo em relação ao antecessor foi negar a existência de um mundo supra-real, onde residiriam as idéias. Para Aristóteles, ao contrário, o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance de todos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos – ou entre a supremacia das idéias (idealismo) ou das coisas (realismo) – marcaria para sempre o pensamento ocidental.

                                                                                            A verdade científica

                                                                                            A segunda inovação de Aristóteles foi no campo da lógica. De acordo com o filósofo, determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistema teórico. Para a construção de tal conhecimento, Aristóteles não se satisfez com a dialética de Platão, segundo a qual o caminho para chegar à verdade era a depuração dos argumentos e pontos de vista por intermédio do diálogo. 


                                                                                            Aristóteles quis criar um método mais seguro e desenvolveu o sistema que ficou conhecido como silogismo. Ele consiste de três proposições – duas premissas e uma conclusão que, para ser válida, decorre das duas anteriores necessariamente, sem que haja outra opção. Exemplo clássico de silogismo é o seguinte. Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal. Isso não basta, porém, para que a lógica se torne ciência. Um silogismo precisa partir de verdades, como as contidas nas duas proposições iniciais. 
                                                                                            Elas não se sujeitam a um raciocínio que as demonstre. Demonstram-se a si mesmas na realidade e são chamadas de axiomas. A observação empírica – isto é, a experiência do real – ganha, assim, papel central na concepção de ciência de Aristóteles, em contraste com o pensamento de Platão.


                                                                                            Imitação, o princípio do aprendizado

                                                                                            Aristóteles não era, como Platão, um crítico da sociedade e da democracia de Atenas. Ao contrário, considerava a família, como se constituía na época, o núcleo inicial da organização das cidades e a primeira instância da educação das crianças. Atribuía, no entanto, aos governantes e aos legisladores o dever de regular e vigiar o funcionamento das famílias para garantir que as crianças crescessem com saúde e obrigações cívicas. Por isso, o Estado deveria também ser o único responsável pelo ensino. Na escola, o princípio do aprendizado seria a imitação. Segundo ele, os bons hábitos se formavam nas crianças pelo exemplo dos adultos. Quanto ao conteúdo dos estudos, Aristóteles via com desconfiança o saber "útil", uma vez que cabia aos escravos exercer a maioria dos ofícios, considerados indignos dos homens livres.

                                                                                            Para pensar

                                                                                            Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver bem – e isso queria dizer, entre outras coisas, viver uma vida prazerosa. No mundo atual, nem sempre se vê compatibilidade entre a virtude e o prazer. Ainda assim, você acredita que seja possível desenvolver em seus alunos uma consciência ética e, ao mesmo tempo, a capacidade de apreciar as coisas boas da vida?

                                                                                            No  dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.

                                                                                            A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar de assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.
                                                                                            A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, em que a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, de tal modo que a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade.
                                                                                            Nessa reunião, criaram-se vários documentos relacionados às questões ambientais, bem como um plano para traçar as ações da humanidade e dos governantes diante do problema.
                                                                                            A importância da data está relacionada às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.
                                                                                            A partir de 1974, o Brasil iniciou um trabalho de preservação ambiental, através da Secretaria Especial do Meio Ambiente, para levar à população informações acerca das responsabilidades de cada um diante da natureza.
                                                                                            Mas em face da vida moderna, os prejuízos ainda estão maiores. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies de animais.
                                                                                            A política de reaproveitamento do lixo ainda é muito fraca, em várias localidades ainda não há coleta seletiva; o que aumenta a poluição, pois vários tipos de lixos tóxicos, como pilhas e baterias são descartadas de qualquer forma, levando a absorção dos mesmos pelo solo e a contaminação dos lençóis subterrâneos de água.
                                                                                            É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.
                                                                                            E cada um pode cumprir com o seu papel de cidadão, não jogando lixo nas ruas, usando menos produtos descartáveis e evitando sair de carro todos os dias. Se cada um fizer a sua parte, o mundo será transformado e as gerações futuras viverão sem riscos.

                                                                                            terça-feira, 27 de março de 2012

                                                                                            Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo "Formas de Mobilização"


                                                                                            Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo
                                                                                            Escrito por Mundo Asperger   

                                                                                             
                                                                                            O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo foi instituído pela ONU em dezembro de 2007, que definiu a data de 2 de abril como marco da mobilização mundial para mostrar que há pessoas um pouco diferentes das outras, mas que, na sua essência, são tão humanas quanto todos.
                                                                                             
                                                                                            Autismo é uma palavra desconhecida para muitos. Dessa forma o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo busca esclarecer o que vem a ser o Autismo e disseminar informações sobre a importância do diagnóstico e da intervenção precoce.
                                                                                             


                                                                                            Formas de Mobilização

                                                                                            Na noite de 1º de abril, o prédio EmpireState em NY estará acesso com luzes azuis, em conscientização sobre o dia do Autismo em 2 de abril.
                                                                                            Estão repassando a campanha no resto do mundo para que todas as pessoas possam acender uma luz azul em suas casas. Outros prédios por todo o país e o resto do mundo estarão acendendo luzes azuis.
                                                                                            Coisas que você pode fazer para ajudar na conscientização do autismo:
                                                                                            1 – Usar o pin azul com o desenho de uma peça de quebra cabeça durante todo o mês de abril e quando as pessoas perguntarem você pode falar sobre o autismo e o porque de você estar vestindo;
                                                                                            2- Mudar as fotos do orkut e perfil no twitter ou facebook com a peça azul do quebra  ou com o logo da campanha light it upBlue e repassar para 10 amigos;
                                                                                            3- Digitar todos os seus emails em AZUL  e colocar o logo Light It UpBlue na assinatura durante todo o mês de abril;
                                                                                            4- No dia 2 de abril vestir uma peça de roupa azul, camiseta ou calça e pedir pra seus amigos, familiares ou colegas de trabalho para vestirem também, tirar fotos e repassá-las. Publicar em flickrorkuttwitterfacebook;
                                                                                            5- Cozinhar um bolo com o desenho da peça de quebra-cabeça Azul, de preferência todo em azul e levar pra escola, pro trabalho e dividir com seus amigos explicando o porquê;
                                                                                            6- Avisar aos responsáveis de igrejas, congregações para que falem do dia em seus Cultos, Missas e Celebrações, etc.
                                                                                            Existem várias maneiras de participar.
                                                                                            Divulgue e ajude essa causa tão importante.

                                                                                            Dia Mundial da Conscientização do Autismo



                                                                                            segunda-feira, 5 de março de 2012

                                                                                            Conceito de Gestão Escolar

                                                                                            O conceito de Gestão Escolar relativamente recente é de extrema importância, na medida em que desejamos uma escola que atende às atuais exigências da vida social: formar cidadãos oferecendo ainda a possibilidade de apreensão de competências e habilidades necessárias e facilitadoras da inserção social.
                                                                                            Enfim para melhor entendimento costuma-se classificar a Gestão Escolar em três áreas funcionando interligadas, de modo integrado ou sistêmico.
                                                                                            Gestão Pedagógica: é o lado mais importante e significativo da Gestão Escolar, cuida de gerir a área educativa, propriamente dita, da escola e da educação escolar. Estabelecendo objetivos para o ensino gerais e específicos, define as linhas de atuação em função dos objetivos e do perfil da comunidade e dos alunos. Propõe metas a serem atingidas, elabora os conteúdos curriculares, acompanha e avalia o rendimento das propostas pedagógicas, dos objetivos e o cumprimento de metas, avalia o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe escolar como um todo. Suas especificidades estão enunciadas no Regimento Escolar e no Projeto Pedagógico (também denominado Proposta Pedagógica) da escola. Parte do plano escolar (ou Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar) também inclui elementos da gestão pedagógica os objetivos gerais e específicos, metas, plano de curso, plano de aula, avaliação e treinamento da equipe escolar.
                                                                                            O Diretor é o grande articulador da Gestão Pedagógica e o primeiro responsável pelo seu sucesso, é auxiliado nessa tarefa pelo Coordenador Pedagógico (quando existe) da escola.
                                                                                             Gestão de Recursos Humanos: não menos importante que a gestão pedagógica, a gestão de pessoal de alunos, equipe escolar, comunidade, constitui a parte mais sensível de toda a gestão. Sem dúvida, lidar com pessoas, mantê-las trabalhando satisfeitas, rendendo o máximo em suas atividades, contornar problemas e questões de relacionamento humano faz da gestão de recursos humanos o fiel da balança, em termos de fracasso ou sucesso, de toda formulação educacional a que se pretenda dar consecução na escola. Direitos, deveres, atribuições de professores, corpo técnico, pessoal administrativo, alunos, pais e comunidades, estão previstos no regimento escolar. Quando o regimento escolar é elaborado de modo equilibrado, não tolhendo demais a autonomia das pessoas envolvidas com o trabalho escolar, nem deixando lacunas e vazios sujeitos a interpretações ambíguas, a gestão de recursos humanos se torna mais simples e mais justa.
                                                                                            Gestão Administrativa: cuida da parte física (o prédio e os equipamentos, materiais que a escola possui) e da parte institucional (a legislação escolar, direitos e deveres, atividades de secretaria), suas especificidades estão enunciadas no Plano Escolar (também denominado Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar  ou Projeto Pedagógico) no regimento escolar.
                                                                                            A organização acima de gestões pedagógica, administrativa e de recursos humanos,correspondem a uma formulação teórica, explicativa, pois, na realidade escolar, as três não podem ser separadas, mas, isto sim, deve atuar integradamente, de forma a garantir a organicidade do processo educativo.
                                                                                             Podemos afirmar que a gestão escolar objetiva organizar, mobilizar e articular todos os recursos materiais e humanos necessários para o avanço dos processos sociais e educacionais dos estabelecimentos de ensino. Essa orientação visa promover a aprendizagem pelos alunos, tornando-os capazes de enfrentar os desafios da sociedade.
                                                                                            Compete à gestão escolar através de ações conjuntas, associadas e articuladas, sustentar e dinamizar a cultura das escolas, de modo que sejam orientadas para resultados.
                                                                                            Portanto, as escolas deverão promover uma gestão compartilhada com a comunidade escolar, no sentido de consolidar progressivamente a autonomia financeira, administrativa e pedagógica da escola.
                                                                                             A palavra Gestão significa administrar, governar, dirigir. Significa também a manutenção de controle sobre um grupo, uma situação ou uma organização, de forma a garantir os melhores resultados. Nesse sentido, entendemos que a escola é um tipo de organização constituída de recursos materiais, financeiros e humanos (alunos, professores, pais) que precisam ser administrados para se obter os melhores resultados, que no caso é a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos. A necessidade de se praticar a gestão escolar surgiu através das fortes mudanças que a sociedade vem passando nos últimos anos. Somente para citar algumas delas temos: A globalização, os grandes avanços tecnológicos, a rapidez e a quantidade de informação que tem sido gerada, o momento histórico pelo qual passamos e todas as transformações ocorridas ao longo do tempo e em diferentes aspectos das nossas vidas.